2024 tem me parecido um ano de busca por conexões profundas, paz interior e autoconhecimento. e de certa forma, isso é sobre o amor e como lidar com ele. amor romântico, amor fraternal, amor próprio... como chegar em um equilíbrio individual e coletivo no modo de amar? de um modo em que amor e vício se separam, param de se confundir... de uma maneira em que a embriaguez do amor pode ser saudável e não destrutiva.
olho o mundo de dentro de mim, mas costumo tentar ver em que os diferentes fluxos convergem... e compreendo que talvez essa vontade de amor e falar de amor talvez não seja exclusividade da Supervão nesse momento. alguns artistas que admiramos vem explorado essa temática numa vibe reflexiva e profunda. e uma em especial, fez um disco maravilhoso sobre isso. é a Papisa, que lançou recentemente o disco "Amor Delírio".
o curioso é que a gente tinha feito todo o disco, tinha ideia já do nome "Amores e Vícios da Geração Nostalgia" e aí chegou a música "Querendo um Tempo"... vimos ali uma voz vindo, uma voz que não era nossa. ao nos perguntarmos de quem, veio logo o nome da Rita Oliva, a Papisa. amiga de longa data (que conhecemos em algum festival - não lembro qual - e fomos encontrando em diversos momentos como Bananada, Morrostock, momentos em SP...).
aí fui mostrei "Querendo um tempo" pra Rita e perguntei se ela se pilhava de participar da faixa. foi um prazer pra nós quando topou (imagina a satisfação de ter a poesia, a expressão e a voz linda dela no nosso disco). mas conversando sobre a vida, sobre como estavam os trabalhos no momento, vi que a conexão era mais profunda do que apenas um feat momentâneo. por alguma coincidência dos fluxos do mundo, ela também estava trabalhando em um disco indie sobre o amor: era "Amor Delírio", disco maravilhoso que foi lançado no primeiro semestre de 2024.
só isso já significa a existência de uma conexão de produção. parece que pegamos algo que flutuava no ar da época... e mais do que isso, isso já é a confirmação de algum tipo de criação semelhante. em 2019, a Rita lançou "Fenda", primeiro disco dela. mesmo ano em que lançamos o nosso primeiro disco "Faz Party". ambos os discos tem perspectivas místicas, intensas e suaves ao mesmo tempo... e além disso, né... Supervão é um tipo de fenda... sei lá, viajando, mas a trip é real.
contando tudo isso pq logo mais chega nosso som juntxs. e isso faz a gente ter certeza de que ter feito um disco que confirma a história da Supervão, das conexões que fizemos, dos momentos massa e dos momentos difíceis que tivemos. quando penso nisso, percebo que esse momento é o momento mais honesto, mais real que já tivemos nessa banda.
a realidade é hard, mas de vez em quando a vida é boa...
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